sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Visitas a Associações de Empresários

Berta Cabral afirma que se cometeu “erro histórico” na economia da Região.
Berta Cabral afirma que se cometeu “um erro histórico nos Açores”, pelo facto de ter-se adjudicado obras de 300 milhões de euros a uma empresa exterior para se fazerem as SCUT.

A candidata do PSD, que falava, esta quinta-feira à saída de um encontro com a Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas dos Açores (AICOPA), elegeu o sector da construção civil como aquele que “neste momento, mais sofre com a crise instalada, daí que a manutenção dos postos de trabalho e da viabilidade das empresas de construção civil sejam, neste momento, a maior preocupação de todos, não só dos empresários, mas, das estruturas que lhe são representativas”.

Berta Cabral diz que a questão mais premente que lhe foi colocada pelos empresários da AICOPA é a de “que de facto, se cometeu aqui um erro histórico ao atribuir obras de 300 milhões de euros a uma empresa espanhola, quando as empresas regionais e com actividade na Região poderiam, neste momento, estar a passar esta fase de crise, sem dificuldade, se tivessem em carteira estas obras, para estarem a funcionar com normalidade e com a garantia de trabalho”.

“Infelizmente não foi assim que se passou” – lamentou a candidata – para constatar que “a situação está mesmo grave”.

Ao contrário garantiu que, da parte da câmara municipal de Ponta Delgada, quando se trata de fazer obras grandes – e Ponta Delgada lançou grandes obras – sempre houve a preocupação em fazê-las de forma faseada para, “em cada concurso tentamos atrair, preferencialmente, os empresários regionais e nacionais que exercem actividade na Região, justamente para evitar mais concorrência que deixe as nossas empresas em situação difícil”.

A actual presidente da câmara municipal sublinhou que o mesmo acontece com as obras delegadas nas juntas de freguesia, em que “nós procuramos entregar as intervenções a empresas com actividade local, de modo a não desertificar as freguesias ao dar oportunidade aos pequenos empreiteiros das localidades, que aí encontram a sua mão-de-obra e materiais”.

Berta Cabral lembra que a crise é geral e que cada um deve procurar resolvê-la no seu espaço próprio. Por isso, sublinha que, principalmente, no caso das SCUT, “houve uma desatenção por parte das autoridades regionais. Houve aqui uma crise numa cadeia de valor, que foi interrompida”, concluiu.

Para além da AICOPA, Berta Cabral reuniu, ainda, com a Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPDL) e com Associação Agrícola de São Miguel, dedicando a última quinta-feira de campanha ao sector económico, “que é o mais importante ao nível da criação de emprego” explicava.

Tanto na AICOPA, como na CCIPDL recebeu dos seus representantes o desagrado relativo a algumas medidas tomadas pela Região para apoiar as empresas. “As medidas tomadas para saneamento das empresas e lhes garantir mais liquidez não funcionaram. Uma vez que há programas que só não estão a ser aproveitados, porque não são adequados à situação das empresas. Quanto ao programa de reestruturação da dívida, que foi totalmente utilizado, Berta Cabral concorda com os empresários que consideraram que esta medida só veio beneficiar a banca, com as “empresas a ficarem sem liquidez e a continuarem com dificuldades”.

Berta Cabral não tem dúvidas que há relançar o sector com outros programas “que rompam com este ciclo vicioso da falta de liquidez nas empresas, para que a retoma aconteça o mais rapidamente possível. É fundamental criar medidas anti-cíclicas, um novo plano ‘Mateus’, para que as empresas saiam do sufoco de não poderem receber os seus créditos, quando devem ao fisco e à Segurança Social”, defendeu a candidata.

Contudo, foi o Turismo o sector mais focado no encontro com a câmara do comércio. “Nos últimos anos houve um investimento em unidades de hotelaria e de restauração, em infra-estruturas, investimentos que não se compadecem com a quebra neste sector”, destacou a candidata, para defender que “uma das melhores medidas para combater essa retracção é a redução do custo dos transportes. Todos empresários falam nisso – reforçou: é preciso tarifas aéreas mais baixas para se chegar aos Açores”.

Na CCIPDL falou-se ainda da escola profissional e na possibilidade da câmara de Ponta Delgada em ceder o terreno para as novas instalações.É de referir que, a candidata do PSD a Ponta Delgada iniciou a sua ronda de contactos na Associação Agrícola de São Miguel, com um encontro com a direcção, em que o abastecimento de água à lavoura foi um dos principais problemas apontados pelos representantes dos agricultores. Nesta matéria, Berta Cabral defende que é preciso continuar a trabalhar em cooperação com o IROA, para resolver o problema de muitos lavradores, que têm vindo a sobrecarregar a rede de abastecimento doméstica para poderem levar a água às suas explorações. Uma situação que, em Ponta Delgada chegou a por em causa o abastecimento em zonas mais altas do concelho, como Santo António e Ajuda. Berta Cabral recordou que autarquia já colabora com o IROA, no sentido de ceder água para o abastecimento à lavoura, mas, reforça que é preciso haver maior intervenção por parte daquela entidade responsável por esta área.

A candidata e actual presidente de câmara do mais populoso concelho dos Açores, onde se situa a maior bacia leiteira da ilha, apresentou, ainda, a sua aposta na dinamização das explorações agrícolas do ponto de vista turístico, previsto Plano Director Municipal de Ponta Delgada. O PDM abre a possibilidade a que os privados invistam na construção de unidades em espaço agrícola, prevendo ainda o documento que a construção de equipamentos complementares a estas unidades não contem para os índices de edificação.

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